domingo, janeiro 28, 2007

Paisagem


A cascavel chocalha na moita, anunciando,
grátis,
um destino certo
...

Guimarães Rosa

sábado, janeiro 27, 2007

Vagalume: soluço de luz!

Vitral da Sagrada Familia -Barcelona
foto e texto- Silvia Câmara

sexta-feira, janeiro 26, 2007


Brisa:lembrança do Aracati refrescando o pôr-do-sol.

Silvia Câmara ( foto e texto )

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Tom Jobim

Foto de uma roseira branca daqui de casa
Hoje seria o aniversário de 80 anos do nome maior da música popular brasileira, de quem eu copio: "Ai quem me dera ser poeta pra cantar em seu louvor."
Parabéns aí no céu, Maestro!!!
As sabiás continuam cantando aqui. Tá ouvindo?
De madrugada choveu na roseira.
Mas essa, dá rosa e cheira.
Não vi tico-tico,
mas um bentevi mora ao lado.
Passarim quis pousar, fique feliz: deu, pousou!
E aqui em Piatã
" o resto é mar, é tudo que eu não sei contar..."

Silvia Câmara

Tentativa para uma amiga

Foto daqui de casa


A amiga cobrava uma poesia.
Mas como fazer se ela não sabia fazer?
O que importava era dizer do sentimento:
Todo o sentimento do mundo
Talvez não supere essa amizade.
Mesmo quando a distância e a vida separam
A ligação permanece.
Como almas-irmãs elas caminham
Os caminhos às vezes se bifurcam,
Mas numa encruzilhada ou n’outra
Elas se reencontram e prosseguem.
Quisera saber fazer um poema
E dedicá-lo à amiga
As palavras fogem, voam para longe.
Nem o vento hoje veio ajudar
Ah! Se ele roubasse uns versos de alguém
E os trouxesse aqui...
Quem sabe uma canção de ninar
Fosse mais adequada?
Seria melhor um colo, um regaço,
Um ombro onde encostar a cabeça
E se deixar estar?
Não estás vendo? Isso tudo já está aqui
É só querer ver. Olha! Percebes as entrelinhas?
Foi o coração quem escreveu.
Feliz aniversário, amiga!

Sílvia Câmara

(Dedicado a minha amiga Adriana, que faz aniversário hoje)


domingo, janeiro 21, 2007

Farol


É a luz incandescente de um desejo por realizar.
Sílvia Câmara

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Soneto 6


“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!”E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via-láctea, como um pátio aberto,
Cintila. E, ao vir o sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: “Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?”

E eu vos direi: “Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir estrelas”.

Olavo Bilac