quinta-feira, novembro 23, 2006

O cheiro de rosmarino

Em casa cada vez o ambiente me parecia desfavorável, era preciso achar uma saída. Completara vinte e dois anos, sonhava encontrar rumos diferentes do mundo estreito onde nascera, sem perspectivas animadoras. Sentia a premência de fugir o mais depressa possível, naquela terra restariam apenas idosos, mulheres casadas e crianças. A juventude impaciente e afoita se enredava em sonhos românticos alimentados pelas histórias repletas de heroínas e seus amores impossíveis com os cavalheiros ricos, belos e corajosos, prontos a livrá-las desse mundo de gente feia e de pobreza, longe do demônio da maldade. Tal e qual arapuca de pegar passarinho na mata; quais alternativas nos sobravam, senão acalentar ilusões?
Assim é o início da 3ª parte de " O relógio de parede e o cheiro de rosmarino" da querida poeta recifense Conceição Pazzola.

Um comentário:

Anônimo disse...

Querida Sílvia,

Fiquei sem palavras e quase sem fôlego de encontrar um pedacinho de meu livro em seu blog maravilhoso!
Muitíssimo obrigada.
Grande abraco,

Conceicao.