segunda-feira, novembro 19, 2007

Terceiro repouso em Andrômeda



De todas as partes da água
A mais difícil é a chegada à foz
Deixa o berço e alcança o todo,
A parte maior do mundo.
Esquece-se do nascedouro,
Deslembra das margens,
Deve alegrar-se com o percurso
E agonizar no encontro.
Sentir nos ombros essa saudade
Do lastro areento da nascente.
Como um fauno adejado de cristais
Que se deixa transpassar por colibris.
Assim o medo corroído pela beleza da cena
Atravessa toda a extensão e aguarda
A hora exata do encontro fatal.
Nessa hora uma estrela refulge.

Sílvia Câmara