
Um dia um poeta alcunhou-me: poetisa-profunda.
E eu fiquei pensando no tamanho desse codinome.
Foi necessário descer aos porões de mim,
Virar o âmago pelo avesso.
Percorrer as subterrâneas vias, sem corda ou escafandro.
E trazer à tona — com a ajuda apenas de Deus—
A corrosão que aflige a alma
Para fazer nascer um poema.
Sílvia Câmara