terça-feira, outubro 23, 2007

Fragmentos 4

La remendadora - J.E. Vuillard, 1891

Um dia um poeta alcunhou-me: poetisa-profunda.
E eu fiquei pensando no tamanho desse codinome.
Foi necessário descer aos porões de mim,
Virar o âmago pelo avesso.
Percorrer as subterrâneas vias, sem corda ou escafandro.
E trazer à tona — com a ajuda apenas de Deus—
A corrosão que aflige a alma
Para fazer nascer um poema.



Sílvia Câmara

14 comentários:

Fabrício Brandão disse...

Como é bom poder encontrar um lugar onde a poesia exala aos quatro cantos. Bravo, querida!

Beijos e obrigado pela sua visita lá na DIVERSOS AFINS!!

~ Marina ~ disse...

Taí, Sílvia! Codinome justíssimo! Estás fazendo jus a ele!

Abraços,

Gerlane

Muadiê Maria disse...

Vá fundo, querida. Seus leitores agradecem.
beijo

Verônica Aroucha disse...

Poetisa-profunda, dos Mares límpidos. Trazendo à tona as mais lindas pérolas.
Silvinha do meu coração, abraço.
Verônica

DINAH RAPHAELLUS disse...

Cara Silvia venho agradecer as tuas visitas e comentarios.
Ja' tenho ca' vindo muitas vezes, no entanto sem deixar rastro.
Desta vez deixo um grande beijo cheio de boas vibracoes poeticas, os teus poemas sao lindos!!!!

Namaste!!!

Dinah

MARIAESCREVINHADORA disse...

Lindo demais, Silvinha, poeta-profunda.
Beijo,

Conceição

Ramon de Alencar disse...

...
-Toda profundeza é germinativa...

KImdaMagna disse...

Sobre o recife dos polvos e medusas,a "brisa poética",
mostrou-me o segredo,
meu... teu...

Seu blog é NOSSSO.

Vinha aqui numa de cortesia e deparei-me agradecido com a alentadora e criativa Brisa Poética.

Kim

AB disse...

Descidas aos porões trouxeram sim à tona um profundo poemar.. Lindo aqui! Voltarei, certamente.
(Você "me conheceu" via MOACY, um querido, Sílvia. Mas meu blog, que ele realmente freqüenta, é o www.lavieboehme.blogspot.com
Dê-me o prazer!)

Ana Cecília disse...

Querida Sílvia,
obrigada pela visita! Sim, falo do Crato, onde vivi parte da infância e adolescência. A gente reconhece essas matrizes da terra logo, não é?

Mesmo "a jato", não passo imune por seu blog. O seu "Fragmentos 4" (também tenho alguns "fragmentos...) me tocou especialmente. Sempre o ofício da poesia, intenso, profundo.
um abraço grande, querida!

Anônimo disse...

A Sra terá que admitir um Jerico em suas reentrâncias poéticas, só para constar em linhas, viu?

Beijo linda

Seu Jerico

Alê Quites disse...

Claro que pode me linkar. Farei o mesmo com o seu brisapoetica.
Beijos*

david santos disse...

Por favor!
Ajuda a que se faça Justiça a Flávia. Se és um ser com sentimentos, ajuda!
Eu jamais invadirei teu blogue, garanto! Mas ajuda.
Repara bem: eu, tu, seja quem for, tem nosso pai, nossa mãe, nosso irmão ou irmã, ao longo de 10 anos em coma, que vida será a nossa?
Se não tivermos a solidariedade de alguém com sentimentos, que será de nós?

TEMPO SEM VENTO

Ah, maldito! Tempo,
Que me vais matando,
Com o tempo.
A mim, que não me vendi.
Se fosses como o vento,
Que vai passando,
Mas vendo,
Mostrava-te o que já vi.

Mas tu não queres ver,
Eu sei!
Contudo, vais ferindo
E remoendo,
Como quem sabe morder,
Mas ainda não acabei
Nem de ti estou fugindo,
Atrás dos que vão correndo.

Se é isso que tu queres,
Ir matando,
Escondendo e abafando,
Não fazendo como o vento:
Poder fazer e não veres
Aqueles que vais levando,
Mas a mim? Nem com o tempo!

David Santos

Adrianna Coelho disse...


como esse poema me tocou, silvia...
às vezes é mesmo árduo esse nascimento de um poema
tem-se que ir fundo, às vezes tão fundo que assusta...

adorei!
beijos