Porque nem tudo que se diz, é. E nem tudo que se pensa, sabe. Quero ser chuva e sol.
Branco e preto.
Rir e chorar, melhor de contentamento.
Abencehaje de Alhambra.
Vôo rasante e certeiro.
Mergulho, céu e mar.
Cecília,
Adélia,
Clarice,
Florbela.
O paraíso de Baudelaire.
Se fosse uma rosa, Guimarães.
Um sopro, Pessoa.
A solidão de Márquez.
De Gullar, toda poesia.
Criança, Quintana.
Manoel, para brincar com Barro.
Castro Alves flutuante.
Condor Neruda, confesso.
Andorinha de Bandeira.
La Mancha de Cervantes.
A lira de Azevedo.
De Camões uma redondilha.
O beijo eterno de Bilac.
Eternamente Drummond.
Sílvia Câmara
Há dentro de mim uma paisagem entre meio-dia e duas horas da tarde. Aves pernaltas, os bicos mergulhados na água, Entram e não neste lugar de memória, uma lagoa rasa com caniço na margem. Habito nele, quando os desejos do corpo, a metafísica, exclamam: Como és bonito! Quero escrever-te até encontrar onde segregas tanto sentimento. Pensas em mim, teu meio-riso secreto atravessa mar e montanha, me sobressalta em arrepios, o amor sobre o natural. O corpo é leve como a alma, os minerais voam como borboletas. Tudo deste lugar entre meio-dia e duas horas da tarde.
2 comentários:
Há dentro de mim uma paisagem
entre meio-dia e duas horas da tarde.
Aves pernaltas, os bicos mergulhados na água,
Entram e não neste lugar de memória,
uma lagoa rasa com caniço na margem.
Habito nele, quando os desejos do corpo,
a metafísica, exclamam:
Como és bonito!
Quero escrever-te até encontrar
onde segregas tanto sentimento.
Pensas em mim, teu meio-riso secreto
atravessa mar e montanha,
me sobressalta em arrepios,
o amor sobre o natural.
O corpo é leve como a alma,
os minerais voam como borboletas.
Tudo deste lugar
entre meio-dia e duas horas da tarde.
Adélia Prado
Pra quem odeia cobraa... heeheheehehehe
te amo
=****
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